Pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka: Arquitetura no “Diálogo Azul”

A Expo 2025 Osaka, no Japão, já abriu portas e atrai atenções globais com o tema “Desenhar as Sociedades do Futuro para as Nossas Vidas”. Portugal marca presença com um pavilhão singular, que homenageia a sua ligação profunda ao oceano através de um conceito que cruza inovação, sustentabilidade e design de referência. A autoria, por conseguinte, é do prestigiado arquiteto japonês Kengo Kuma.

“Oceano, Diálogo Azul”: Tradição Marítima Convertida em Arquitetura

O lema da participação portuguesa – “Oceano, Diálogo Azul” – traduz a herança marítima nacional e reflete o compromisso com os desafios ambientais atuais. Por essa razão, esta filosofia ganha forma no próprio pavilhão, cuja arquitetura incorpora o oceano como metáfora visual.

Kengo Kuma, conhecido por integrar natureza e arquitetura com materiais orgânicos, propõe uma fachada fluida, inspirada no movimento das águas. Para reforçar a mensagem de sustentabilidade, serão utilizados milhares de cabos marítimos e redes de pesca recolhidos do mar. Estes materiais reciclados não só conferem uma estética única, como também afirmam a aposta na economia circular e na responsabilidade ambiental.

Mais detalhes sobre o conceito estão disponíveis na página oficial da participação portuguesa.

Imersão Cultural e Experiência Sensorial

O interior do pavilhão foi desenhado para envolver os visitantes numa viagem sensorial. Assim, as áreas expositivas realçam a histórica ligação entre Portugal e o Japão, sempre mediada pelo mar.

Além disso, o espaço integra uma loja, um restaurante dedicado à gastronomia portuguesa e uma zona multiusos que acolherá eventos económicos, científicos e culturais. A organização estima atrair mais de 1,4 milhões de visitantes ao longo do evento (fonte: Diário de Notícias).

Além da estrutura física, a identidade visual do pavilhão reforça a ligação emocional à temática marítima. A mascote portuguesa, Umi – um cavalo-marinho nas cores dos tradicionais azulejos e cujo nome significa “oceano” em japonês – representa essa fusão de culturas e simboliza a essência da participação nacional.

Arquitetura Portuguesa em Destaque: Orgulho e Controvérsia

Além do pavilhão, Portugal leva a Osaka o melhor da sua arquitetura. Está prevista uma exposição dedicada à obra de Álvaro Siza Vieira, vencedor do Prémio Pritzker e referência mundial. Em paralelo, a mostra “Related Paths – 4 Architects” apresentará projetos de Aires Mateus, Bak Gordon, Inês Lobo e Ricardo Carvalho, revelando a diversidade da arquitetura contemporânea portuguesa.

Por outro lado, a empresa Antarte também participa, colaborando com Kengo Kuma na decoração do pavilhão, reforçando assim a presença de marcas portuguesas de design.

No entanto, é importante destacar que a representação nacional não está isenta de polémica. A Ordem dos Arquitetos criticou publicamente o processo de seleção do projeto, apontando a exclusão de arquitetos portugueses e levantando questões sobre a transparência institucional.

Um Legado Sustentável e Internacional

O Pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka pretende deixar uma marca duradoura. Assim, mais do que um edifício temporário, afirma-se como símbolo de um “Diálogo Azul” entre tradição e inovação, entre cultura e tecnologia, entre Portugal e o mundo.

Consequentemente, ao combinar arquitetura de vanguarda com valores ambientais e identidade cultural, este pavilhão posiciona Portugal como um país moderno, consciente e globalmente conectado.

Dessa forma, a presença portuguesa na Expo 2025 Osaka reforça o papel do país na promoção de uma arquitetura sustentável e culturalmente enraizada.

Este artigo foi escrito por Francisco Oliveira, Mestre em Economia pela FEP – Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Com um olhar atento sobre os temas de cultura, sustentabilidade e política internacional, Francisco traz uma perspetiva analítica e envolvente para o blog da Afrocom. Ver perfil no LinkedIn

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Imagens: AICEP Portugal Global / Flickr – Portugal na Expo 2025 Osaka